A MULHER NA CAPOEIRA
Em todas as pesquisas feitas em torno da mulher na capoeira chegamos a mesma conclusão e ouvimos sempre as mesmas historias…de que a mulher foi um tanto discriminada, foi mal vista, mal tratada..ou tratada com indiferença.

Já por ser uma luta que veio da escravidão dos negros, já é algo que traz a idéia do preconceito incutido em sua bagagem, Mulher fazendo capoeira então nem se fala.
Mas o Brasil, um pais de miscigenações e culturas diferenciadas, onde nasceu a capoeira, abre espaço lentamente para a entrada da mulher nos esportes antes tidos como masculinos.
O futebol hoje por exemplo conta com a presença constante de mulheres. E assim acreditamos que vá acontecer também com a capoeira.

Encontrasse documentos sobre os Mestres mais antigos, pois basta comentar de um deles…e todo mundo já ouviu falar. Mas onde estão os documentos que falam de Maria Homem, Calça Rala… ou Satanás???
E o que se dá por entender que os apelidos dessas mulheres? que para jogar capoeira ela necessitava se masculinizar…para poder ser aceita na roda de malandros. O que gerava também mais um preconceito em cima do que já custava ser um capoeira…agora somente bastava ser mulher!!!
Na historia da capoeira contase que Bimba foi um dos grandes Mestres que com sua capoeira trouxe mulheres para dentro da convivência masculina das rodas… e entre elas a famosa “Maria 12 Homens, Calça Rala, Satanás, Nega Didi e Maria Pára o Bonde.”

Bons de briga

Personagens lendários como Rosa Palmeirão, a capoeirista que serviu de inspiração para a personagem de Jorge Amado no romance Mar Morto. Além dela, que era respeitada e temida, outra mulher arretada sacudiu o mercado, chamava-se Maria 12 Homens, também capoeirista e assídua freqüentadora das rodas do Cais Dourado e da rampa do Mercado Modelo. O sobrenome de Maria, a história de memória curta de Salvador não registrou, mas o apelido, diz a lenda que ela conseguiu depois de levar 12 marmanjos a nocaute.
Hoje temos muitas mulheres famosas na Capoeira o que vem a fortalecer essa modalidade esportiva. Colocando em contao benificio de aumentar a disciplina no cotidiano, modelar o corpo, obter mais agilidade e auxiliar no tratamento psicológico feminino, como um resgate de seu lado brincalhão que atualmente esta recôndito, agregado com a necessidade de impor seu lugar na sociedade machista!
Respeitadas por muitos Mestres sejam eles Angoleiros ou seguidores da capoeira Regional, as mulheres são dedicadas a capoeira em si, preferindo esse ou “aquele” estilo de jogo. Sendo ele capoeira é o que vale, elas querem é entrar na roda e jogar.
Enfim a mulher veio colocar sua graça e delicadeza em um universo que antes somente pertencia aos homens como muitos outros onde elas vem se estabilizando e mostrando a que vieram, não para tomar conta, ou dominar, mas com a idéia de acrescentar, somar e deixar com certeza esses “ mundos” mais belos!!!!
Nas rodas de capoeira onde entram mulheres os rapazes sempre agradecem a presença delas por deixarem a roda mais bonita. E são elas cantadas em musicas pelo mundo inteiro, onde se contam as lendas que as mulheres eram disputadas em uma luta pelos jogadores. As canções trazem a mulher sempre com a saudade, a bela que abandonou o capoeira, ou a mulher que acompanha o jogador em sua vida. E assim até hoje, pois afinal quem lava os abadas ? Mas essas Marias, cantadas em versos de Bimba ou Pastinha, são as Marias de hoje, guerreiras, lutadoras incansáveis que provavelmente depois da roda vão embalar seus filhos, fazer a comida, lavar o abada, cantar uma cantiga de capoeira para por o pequenino para dormir.

Sejam elas brancas, negras, ou amarelas estão aqui e vieram para ficar, como conseqüência aumentar a batalha para retirar da capoeira a imagem de marginalização que ficou do tempo dos escravos, ajudar a criarem um mundo diferente para seus filhos e filhas que queiram iniciar na capoeira, aprendendo a respeitar o próximo como um igual.